domingo, 10 de julho de 2011

ACONTECEU



Por muito tempo as ervas deixaram, quase que completamente, de serem usadas nas cozinhas de nossas casas e dos nossos restaurantes. Imagina-se que foram os produtos industrializados, já temperados o principal motivo para que as ervas caíssem em desuso.
Entretanto, com o passar do tempo as pessoas notaram que o sal, a pimenta e o forte sabor das especiarias, não faziam mais aquela comida de antigamente com sabor natural. Além do mais não são todas as pessoas que gostam de comida fortemente condimentada. Os restaurantes com cozinha francesa,  nunca deixaram de usar as ervas e sempre fizeram sucesso.
A maior facilidade de comunicação e o grande número de livros com receitas, também contribuíram para a volta das ervas ás cozinhas. Uma sopa de pacote pode ser muito melhorada se forem adicionadas algumas ervas. Coloquem segurelha no feijão, hortelã nos legumes, orégano nos pratos de massa, manjericão no molho de tomate e sintam a diferença.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

SECAGEM DAS ERVAS


Quase todas as ervas podem ser usadas frescas ou secas. Entretanto, não há dúvida de que a erva fresca é melhor do que a erva seca.
Existem diversas formas de secar as ervas mas todas exigem paciência e uma certa habilidade.
Caso a intenção seja a de secar pequenas quantidades, o jeito é amarrar pequeninos maços e pendurá-los de cabeça para baixo, em local bem ventilado, de preferência escuro e com baixa umidade. Nunca ao sol.
Mas, mesmo tomando todos esses cuidados o resultado será medíocre.
Outra forma amadora de secar é colocar as ervas, dispostas em finas camadas, em uma bandeja, no forno do fogão com a porta entreaberta e em baixa temperatura ( 40º a 60° ).
Em ambas as formas um ventilador soprando na direção das ervas ajuda a retirar a umidade e apressa a secagem, o que melhora o resultado final.
Agora se a intenção for a de secar quantidade maiores e de se obter uma qualidade superior, é necessário  um dispositivo que produza caloria constante e circulação forçada de ar.
Existem no mercado secadores próprios e eficientes para a secagem das ervas e de outros vegetais.
Entretanto, não são baratos, principalmente se a capacidade do secador for dimensionada para quantidades maiores.
Nós desenvolvemos o nosso sistema há mais de 30 anos e até hoje funciona perfeitamente. Pode não ser o mais econômico, mas é prático e eficiente.Construímos em alvenaria compartimentos retangulares com tampa de madeira. Internamente, cada um comporta 3 bandejas com o fundo de tela. O aquecimento é feito por resistências elétricas e um potente soprador, que faz com que o ar circule através das resistências e assim aquecido, sobe, atravessando o fundo das bandejas e as ervas ali dispostas, em camadas não muito grossas, retornando a parte inferior através de uma tubulação feita com manilhas de barro. Assim fica circulando pelo tempo que for necessário. Há um termostato que controla a temperatura mantendo-a constante e de conformidade com a necessidade de cada erva.

Dicas

1) É recomendável que antes da secagem as ervas sejam lavadas com água clorada.

2) Lembre-se que o difícil não é secar a parte externa das folhas, a dificuldade está na secagem da sua parte interna, na desidratação da folha.

3) Para manter a cor e o aroma das ervas, a secagem não deve ser feita com calor excessivo. A temperatura deve ficar entre 40° e 60°. A salsa é talvez a única erva que não perde a qualidade quando secada a uma temperatura mais elevada.

4) Nas primeiras horas da secagem deixe a tampa da secadora entreaberta para que a umidade possa sair.

5) Terminada a secagem, o que se dá quando as ervas começarem a quebrar na mão quando apertadas, passe-as numa peneira e guarde-as num vidro que fique bem fechado e em local escuro.

6) Não se esqueça de rotular o vidro com o nome da erva e a data em que foi feita a secagem.

domingo, 1 de maio de 2011

NUTRIÇÃO DA ERVAS


Como já dissemos, o solo para ser produtivo precisa ter bastante húmus, no entanto precisa também de fertilizantes. Por melhor que seja o solo, os nutrientes se esgotam com a produção intensiva e precisam ser renovados. Aí começam as divergências, a reposição deve ser feita só com matéria orgânica ou também com fertilizantes inorgânicos? Nós somos adebtos da segunda forma, pois achamos que a adubação puramente orgânica, sem a complementação com NPK, mesmo que em mínimas quantidades, não traz bons resultados. O horticultor  que usa unicamente a adubação natural, vai encontrar dificuldade em manter a fertilidade do solo quando tiver que repor os nutrientes que a produção intensiva retira do solo. Usamos pesada adubação orgânica com o húmus de minhoca e como cultivamos, a maior parte das nossas ervas em canteiros elevados (temos mais de 2.300 metros lineares de canteiros elevados) muitas minhocas vão juntas com o húmus e ficam contidas nos canteiros, continuando alí o seu maravilhoso trabalho.
Nós não abrimos mão de acrescentar um pouco, muito pouco, de NPK na adubação.
Importante também é fazer a rotação das culturas, pois diferentes ervas não retiram sempre os mesmos nutrientes do solo.
Entre muitas outras indicações o NPK é valioso para o seguinte:
Nitrogênio ( N ) aumenta a produção das folhas; Fósforo ( P ) fortalece as plantas; Potássio ( K ) ajuda no desenvolvimento das raízes.

Nota: não usamos e desaconselhamos o uso de inseticidas, fungicidas, acaricidas, herbicidas e qualquer das outras " cidas "

COMO ENCHER OS CANTEIROS ELEVADOS


Nós da Provence enchemos os nossos canteiros com terra preta, isenta de plantas daninhas.
Uma dica é tirar a terra de um barranco onde as ervas daninhas crescem em menor quantidade. Misturamos a terra com húmus de minhoca. Caso você não consiga em quantidade bastante o húmus, use também esterco de gado bem curtido e acrescente uma pequena quantidade de adubo NPK 04-14-08.
Para não se arrepender mais tarde, não use somente o NPK, sem se preocupar com o húmus. O adubo inorgânico é um complemento para o solo bem alimentado, mas lembre-se, NPK não subtitui o húmus e o solo para ser produtivo precisa de muito húmus, lembre-se também que matéria orgânica nunca é demais.
Evite a compactação do solo que deve estar sempre fofo, sem o que as raízes terão dificuldade de nele penetrar.
Antes de plantar nivele bem o canteiro com um ancinho, retirando os torrões pesados.
De tempos em tempos complete o enchimento do canteiro, pois a medida que o tempo passa o solo se acomoda e vai necessitar de mais terra, e mais húmus.
Os 3 nutrientes inorgânicos que as ervas mais requerem são o N ( nitrogênio ) P ( fósforo) K ( potássio )
Assim a mistura segerida é de 04% de nitrogênio, 14% de fósforo e 08% de potássio.
Tenha sempre em mente que as ervas requerem muito pouca adubação inorgânica. É um plus, mas não uma necessidade indispensável para o desenvolvimento da planta.



Canteiros Elevados
(Raised Beds)


Se o solo é pobre, mal drenado, muito barrento e principalmente se for infestado por plantas daninhas, as ervas aromáticas devem ser cultivadas em canteiros elevados.
A construção pode ser feita com táboas de madeira, blocos de concreto, tijolos de barro ou qualquer outro material capaz de conter o solo com que se vai encher o canteiro. A profundidade deve ser de mais ou menos 30 cm, o suficiente para o crescimento das raízes. O fundo do canteiro deve ser coberto com brita n.2 para facilitar a drenagem.
Deixe alguns orifícios nas paredes perto do fundo, para permitir que a água possa escorrer.
A largura não deve ser superior a 1,20m. permitindo que se trabalhe dos 2 lados, sem pisar no canteiro.
O comprimento não deve ser maior do que 20m.
para evitar a tentação de se passar de um lado para o outro, pulando por cima do canteiro em vez de voltea-lo. É outra forma de se evitar em eventual pisoteio. Caso o projeto seja de construção de mais de um canteiro, lembre-se de deixar espaço suficiente para que um carrinho de mão possa transitar e até um cadeirante passear no meio dos canteiros.
É recomendável dar uma aguada de cimento no fundo, entre os canteiros e a sua volta, para evitar que o mato e as ervas daninhas ali cresçam, infestando a sua horta com plantas indesejáveis, difíceis de serem erradicadas.
Há ainda muitas outras vantagens no cultivo das ervas em canteiros elevados, por exemplo, a posição de trabalho é menos penosa. A pessoa trabalha em pé, em vez de acocorada. A mão de obra é muito menor, enquanto uma pessoa faz a capina manual de um canteiro no chão, uma outra faz de três canteiros elevados.
Fique certo o investimento retorna em muito pouco tempo.

terça-feira, 12 de abril de 2011









HÚMUS, MINHOCAS E MINHOCÁRIOS


O melhor fertilizante orgânico é sem dúvida o húmus de minhoca, pois não só fornece os nutrientes que estimulam o crescimento e desenvolvimento das ervas, como também é um corretivo do PH do solo e mais, pode ser colocado diretamente nos canteiros, sem risco de "queimar" as plantas.
Como matéria prima, usamos o esterco de gado, que em 60 dias é transformado pelas minhocas em húmus, isento das sementes de ervas daninhas que se encontram presentes no esterco.
O húmus é uma matéria orgânica de cor escura, semelhante ao pó de café, inodora, com alta capacidade de retenção de água.
A minhoca mais indicada para a criação é a vermelha da California, que se reproduz rapidamente, além de ser muito produtiva a aceitar a criação em cativeiro, ao contrário das minhocas nativas que fogem ou morrem quando mantidas reclusas ou sem um manejo adequado.
O trabalho das minhocas é maravilhoso, pois não só produzem um exelente fertilizante como tem a habilidade de enterrarem no solo o húmus e de abrirem galerias que facilitam a infiltração das águas até as raízes das plantas.
É importante dizer que no minhocário o esterco precisa ser mantido sempre úmido, sem o que as minhocas não produzem e até morrem desnutridas.
Os canteiros que servirão de criatório das minhocas, podem ser construidos com os mais diversos materiais, como tijolos, pedras, blocos de concreto, madeiras e etc.
Não deverm ser mais profundos do que 30cm , pois as minhocas não se aprofundam muito no solo.
Devem ser construídos de forma a não ficarem encharcados nos dias chuvosos.
As minhocas gostam de local escuro, assim o canteiro deve ser coberto com uma tela "sombrite", ou palha, capim seco, folhas de bananeira ou qualquer outro tipo de cobertura que evite o calor e o ataque dos pássaros.
Finalmente, muito cuidado com as formigas lava-pés, grande inimiga das minhocas.