terça-feira, 12 de julho de 2011

HISTORIANDO O INÍCIO DA MINHA IDÉIA E DO NOSSO NEGÓCIO




Já se vão mais de 35 anos, quando durante uma viagem à França, descobri a existência do mundo maravilhoso das Ervas Aromáticas.

Foi lá que tive minha atenção despertada para as ervas, pelo sabor e por isso meu interesse desde o início foi dirigido para o seu uso na culinária.

Vou contar um pouco como tudo começou para vocês verem como foi com a maior naturalidade a descoberta para mim das Ervas e como não tinha a menor intenção de um dia vir a me tornar uma horticultora ligada ao ramo da culinária.

Estávamos, meu marido e eu, passando uma temporada de férias em Paris e ficávamos como de hábito, hospedados no apartamento de meus sogros perto do Arco do Triunfo.

Todos os dias, vinha uma moça brasileira, da Paraíba, cuidar da limpeza do apartamento e cozinhar para nós, quando quiséssemos fazer as refeições em casa. E isso passou a acontecer com frequência, pois a comida que ela preparava era tão saborosa que quase já não íamos comer em restaurantes.

Embora ela achasse sua cozinha banal, sem maiores mistérios, resolvi observar e acompanhar a preparação dos pratos.

Verifiquei então, que um dos ingredientes que ela não deixava de usar em tudo o que fazia, eram os temperos verdes, frescos ou secos, dos quais eu só conhecia a salsa, a cebolinha e o louro. Não tive mais dúvidas então; O segredo eram as Ervas!

Desde então, esta idéia não me saiu mais da cabeça.

Fomos logo à procura de sementes, o que conseguimos com a maior facilidade.

Logo que chegamos, comecei a semear um pouco de cada uma delas nas terras que tínhamos adquirido, um ano antes, no Brejal, em Petrópolis.

Poucos dias após, para minha alegria e surpresa, a brotação começou a aparecer, como se nenhuma sementinha tivesse se perdido. Fui acompanhando o crescimento nos canteiros e quando chegaram ao ponto certo começamos a colher e a fazer as minhas primeiras experiências culinárias, baseadas em um pequeno livrinho, editado em Portugal pela "Reader's Digest", que nem sei como chegou às minhas mãos.

Fiz nesta ocasião um cursinho básico de jardinagem, que me ajudou muito neste meu primeiro contato com a terra.

Meu entusiasmo pelas plantas era tal que comecei a preparar vasinhos com as Ervas plantadas para presentear os amigos.

Por sugestão de minha cunhada Vivi, coloquei estes vasinhos para serem vendidos na sua loja de plantas, a
" Verde que te quero Verde", que nesta ocasião estava sendo inaugurada em Ipanema.

O sucesso foi enorme!

Depois que participamos de uma exposição de flores, começou a haver um interesse maior pelas Ervas, não mais plantadas, mas cortadas e amarradas em molhos, por parte de donos de Restaurantes.

E foi nesta ocasião, que tive a intuição de que havia uma brecha no mercado a ser preenchida. Os chefs de cozinha dos Restaurantes e Hotéis precisavam muito das ervas frescas para preparar suas receitas, mas não tinham como consegui-las.

Me apressei logo em fazer contatos com os interessados através de carta circular, informando o que tínhamos a oferecer e anexando uma reportagem que acabara de sair na revista "Casa Viva" mostrando como cultivar as ervas em apartamentos.

Como tive respostas positivas  às minhas cartas e como aumentasse o interesse geral das pessoas que gostavam de cozinhar, comecei então a me organizar de maneira mais profissional.

Encomendei a amigos livros sobre o assunto, já que aqui não havia nada publicado, onde eu pudesse estudar um pouco.

Importamos mais sementes da França, contratamos mais funcionários e nos programamos para fazer entregas uma vez por semana.

E foi assim que lentamente o nosso negócio foi crescendo.

A nossa idéia era comercializar somente as Ervas frescas, porém como plantávamos em grande quantidade para não faltar aos nossos clientes, começou a haver sobras nos canteiros.

Resolvemos então desenvolver um sistema de secagem para não perder nada.

Comecei também a ler mais sobre o assunto e verifiquei que dentro do ramo da culinária, as ervas podiam ser usadas de muitas outras maneiras além de frescas e desidratadas.

Fizemos então experiências com mostardas, azeites, vinagres, molhos, etc... Em pouco tempo acabamos tendo que abrir uma lojinha no Rio para vender todos estes e muitos outros produtos.

Esta lojinha que funcionou durante 5 anos, ajudou muito a divulgar o uso das Ervas, contribuindo para melhorar nossa culinária.

Enfim, foi com muito esforço, perseverança, organização, ajuda dos meus funcionários e apoio da família, que ao longo destes anos, aprendi e trabalhei muito no cultivo, na produção, na divulgação e na comercialização das Ervas Aromáticas.

OBSERVAÇÃO

As Ervas são a alma do sabor e podem transformar uma simples receita em um prato sofisticado de textura, aroma e sabor sublimes.

E melhor ainda, elas não tem contra-indicações, além de serem agradáveis aos olhos, ao olfato e ao palador, são também digestivas, não engordam, tornam os pratos mais leves, transformando uma refeição em momentos de imenso prazer.

                                                            
                                                                                                                                                      
                                                                                                                                                                       Maria Lucia Nabuco

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