segunda-feira, 29 de agosto de 2011
sábado, 13 de agosto de 2011
MEL COM ALECRIM
Na Fazenda mantemos um pequeno apiário, são apenas umas 20 colméias, que criamos em parceria com um apicultor do local.
Dividimos a produção, nós contribuímos com as colméias e tudo o mais que as constituem. Ele entra com a mão de obra, pois muitos cuidados são necessários no trato, na defesa e até a mudança das colméias de um local para outro a procura de novas floradas ou para fugir dos agricultores da vizinhança que usam inseticidas nas parreiras de chuchu, muito comum na nossa região.
Na lojinha da Fazenda vendemos para os visitantes um mel puríssimo, que em épocas do ano é também produzido com o néctar extraído das flores do manjericão, da camomila e da alfazema, que são as ervas mais procuradas pelas abelhas.
Por vezes colocamos alecrim para curtir no mel ligeiramente aquecido e deixamos assim em infusão por diversas semanas.
Depois é só coar e envasar.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
VIVER NO CAMPO
Muitas pessoas se instalam no campo pensando que é fácil a vida do agricultor. Aqui na nossa região posso afirmar que não é assim. Para vencer é preciso muito trabalho, ter coragem e boa dose de sorte.
Na fazenda, todos os anos vivemos momentos de muito prazer, mas também de muitas apreensões. Na primavera e no outono é só prazer. No verão e no inverno muita preocupação. O prazer está no desenvolvimento das nossas plantações e na beleza dos dias de sol e das noites estreladas. As ervas crescem em quantidades abundantes. É quando obtemos as melhores colheitas, pois não há períodos de chuvas intensas, nem de estiagem penosa. Já no verão e no inverno, tudo muda. As ervas sentem, a produção cai. As chuvas torrenciais e os raios riscando os céus são uma ameaça constante.
Sempre recomendamos aos nossos filhos quando saiam a cavalo que voltassem a galope, logo que ouvissem o primeiro trovão. Nada de pescaria no lago, todos dentro de casa. Há também os prejuizos materiais, os telefones e os aparelhos elétricos se queimam, as luzes se apagam, a geladeira degela, os alimentos se estragam. Enfim, são algumas das apreensões que sentimos no verão, sem falar nas estradas e etc.e tal.
No inverno é a falta de chuva, os pastos secam, o gado perde peso, a conta de energia elétrica aumenta, com o uso continuado da irrigação forçada.
Mas o pior é o perigo de fogo na mata e no capim seco dos pastos. Ainda no último sábado. dia 30 de julho de 2011, passamos o dia lutando contra o fogo, que vinha dos terrenos da cachoeira e que havia pulado a estrada que leva à Fazenda do Cafundó, ameaçando a nossa mata. Junto com uma turma aguerrida, lutamos para impedir que o nosso reflorestamento com pinheiros, a maioria araucaria, fosse consumida.
Abafa-se o fogo, faz-se o contra-fogo, chama-se os amigos das Fazendas próximas para ajudar, chama-se os bombeiros, que demoram a chegar, pois estavam empenhados combatendo um fogo em Araras.
Quando finalmente chegaram tiveram pouco trabalho, pois já havíamos feito o mais difícil. Os bombeiros fizeram o rescaldo. Felizmente, mais uma vez conseguimos impedir que fosse destruído o trabalho de reflorestamento que fazemos há mais de 30 anos.
Mas o inverno também tem os seus encantos. Os Ipês Amarelos florescem em agosto, as lareiras são acesas, o velho fogão à lenha que veio da casa da minha avó, ajuda a aquecer a casa, os dias de sol e as noites bem dormidas, nos quartos aquecidos, são prazeres difíceis de serem descritos.
Enfim, apesar dos pesares nós não trocaríamos a vida no campo, com o coaxar dos sapos, pela vida na cidade, com as suas buzinas.
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